sábado, 5 de março de 2011

Psiquiatra analisa assassina da menina Lavínia e diz que ela pode ter transtorno

Psiquiatra analisa assassina da menina Lavínia e diz que ela pode ter transtorno

Dr. Antônio Geraldo, Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, fala ao Programa Mais Você sobre o caso

O Mais Você dessa quinta-feira, 3 de março, falou sobre a morte violenta da menina Lavínia, de 6 anos, no Rio de Janeiro.

Lavínia foi encontrada morta ontem em um hotel no centro de Duque de Caxias, na baixada fluminense. Um cadarço de sapato foi usado para asfixiar a garota. A amante do pai de Lavínia, Luciene Santana, de 24 anos, confessou ter matado a menina e teve prisão temporária decretada pela justiça. As pessoas, revoltadas com o crime, acompanharam a chegada de Luciene à carceragem da Polinter de Magé.

Ana Maria aproveitou esse triste acontecimento para desabafar: “Até onde pode ir a maldade de uma pessoa? O que faz o ser humano perder a capacidade de discernir? De separar o certo do errado e agir sem dó nem piedade contra uma criança?”, disse.

Ao vivo do cemitério do Corte Oito, em Duque de Caxias, a repórter Gabriela de Palhano, contou que tentou conversar com a mãe de Lavínia, mas ela não quis gravar entrevista. O pai estava em choque, muito abalado. A jornalista conversou com eles fora das câmeras e disse que mãe estava confiante que menina estaria viva e bem e ninguém esperava por isso. Segundo a polícia, Luciene tinha obsessão pelo amante Rony e vivia numa margem de miséria. Ele pagava aluguel pra ela. A polícia contou também que Luciene já tinha um histórico problemático, ela foi levada para o Conselho Tutelar quando criança pela mãe.

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Parente da vítima fala sobre a reação da mãe
Ana Maria conversou com uma prima da pequena Lavínia, a advogada Adriana Santana da Silva. Ela fala da reação de Andreia, e compara com o caso do goleiro Bruno. “Ela me faz lembrar o pai da Eliza Samúdio. Ela fala calmamente e chora o tempo todo, mas compenetrada. É surpreendente”. Adriana acha que ainda há coisas a serem reveladas. “A gente só acredita que será revelado o que aconteceu quando quebrarem o sigilo telefônico. “A principio, a Luciene matou a Lavínia logo assim que a pegou. O dinheiro que estava pedindo, era pra proprocioar a fuga. Ela é uma pessoa ardilosa. O tempo todo, ela queria incriminar o marido, tanto que ela chamou ele pra ir ao hotel com ela. Para jogar a culpa nele. A mente dela é ardilosa", disse.

“Neste momento me divido em duas. A prima e a dvogada. O que me da força é a certeza que a justiça vai ser feita. A gente acha que as penas sao muito brandas. Uma pessoa condenada a 30 anos, em breve está na rua. Vou advogar neste caso. Irei acompanhar, assistir a acusação, para ter certeza que a Lavinia não voltamais, mas a justiça vai ser feita.”

Psiquiátra analisa o caso
Ana Maria conversou também com Antônio Geraldo Silva, Presidente da Sociedade Brasileira de Psiquiatria, que estuda a mente dos criminosos. “Neste caso, por tudo que ouvi, penso em algo que possa ter uma relação ao tipo de gente que chamamos de ‘mentes criminosas’, que antigamente eram denominados psicopatas ou sociopatas”.

Segundo o psiquiatra, esse transtorno está ligado à história de vida da pessoa. No caso da Luciene, desde 12 anos de idade ela já tem problemas com o Conselho Tutelar. “Estas pessoas têm uma imaturidade, deficiência afetiva, não tem a ver com doença mental. Elas pensam apenas em si mesmas. Elas querem satisfação imediata”, disse.


“Estas pessoas mentem compulsivamente. Acha que os outros não percebem que elas mentem. Ela acredita na mentira dela, e elas vivem neste funcionamento. Normalmente são pessoas superficiais, com charme superficial. Não tem tratamento, não tem uma comprovação cientifica que tem tratamento".


Saiba como aconteceu
Tudo começou por volta das três horas da manhã de segunda-feira. Quando o pai chegou em casa, Lavínia acordou, foi a última vez que Andréia viu a filha com vida. A menina teria voltado a dormir e, pela manhã, Lavínia não estava mais lá. A janela e a porta da casa foram encontradas abertas. A família pensou que se tratava de um sequestro e ainda tinha esperanças de encontrar a menina.

Logo após o desaparecimento da menina o pai acusou a amante. Luciene tentou culpar o ex-marido pelo desaparecimento da menina. Ontem, no decorrer do dia, as provas contra Luciene ficaram mais evidentes. Funcionários do hotel onde foi encontrado o corpo da menina reconheceram a amante de Ronei.

Luciene chegou a se encontrar com o pai de Lavínia pedindo dinheiro para dizer onde estaria a menina. Tios e primos dele que acompanhavam o encontro de longe, chamaram a polícia. Ainda antes da confissão, a polícia divulgou imagens que não deixam dúvidas sobre a participação de Luciene no crime. o circuito interno de um ônibus de Caxias mostra que Lavínia estava com ela logo após a menina ter sido tirada de casa.